30º aniversário do Dia Mundial do Enfermo
Imagem: Encontro Diocesano do Bispo com os Crismandos, em 2014
“Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso" (Lc 6,36).
Colocar-se ao lado de quem sofre num caminho de caridade.
No dia 11 de fevereiro a Igreja celebra o 30º aniversário do dia mundial do doente, dia em que a liturgia faz memória de Nossa Senhora de Lourdes. Esta data foi instituída em 1992, pelo Papa João Paulo II. Na carta de instituição do Dia Mundial do Doente, o Papa João Paulo II lembrou que a data representa “um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”.
Todos os anos o Santo Padre envia uma mensagem convocando os fiéis a refletirem sobre a realidade da presença da doença no mundo e na vida de cada um de nós. A mensagem do Papa Francisco para este ano nos convoca ao exercício da misericórdia que “nos ajude a crescer na proximidade e no serviço às pessoas enfermas e às suas famílias.” “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36). Colocar-se ao lado de quem sofre num caminho de caridade”.
O Papa desenvolve sua mensagem em cinco itens, dos quais apresento pequenos trechos:
- Misericordiosos como o Pai: é um convite a voltarmos nosso olhar para Deus “rico em misericórdia (Ef 2,4), que olha sempre para os seus filhos com amor de pai, mesmo quando se afastam d’Ele.” Em sua infinita misericórdia Deus “cuida de nós com a força dum pai e com a ternura duma mãe, sempre desejoso de nos dar vida nova no Espírito Santo”.
- Jesus, misericórdia do Pai: em sua mensagem o Papa nos recorda passagens dos Evangelhos que narram os encontros de Jesus com os doentes e como ao enviar os apóstolos em missão recomenda: “anunciar o Evangelho e curar os enfermos” (Lc 9,2). Jesus é a presença da misericórdia do Pai junto ao pobre, ao doente, ao sofredor. O Papa Francisco recorda “os numerosos enfermos que, durante este tempo de pandemia, viveram a última parte da sua existência na solidão duma Unidade de Terapia Intensiva” e ressalta a generosidade dos profissionais da saúde presença da misericórdia de Deus Pai.
- Tocar a carne sofredora de Cristo: Dirigindo-se aos profissionais da saúde, aos cuidadores e voluntários o Papa afirma: “o vosso serviço junto aos doentes, realizado com amor e competência, ultrapassa os limites da profissão para se tornar uma missão.” E continua: “O doente é sempre mais importante do que a doença, e por isso qualquer abordagem terapêutica não pode prescindir da escuta do paciente, da sua história, das suas ansiedades, dos seus medos”.
- Os lugares de tratamento, casas de misericórdia:O Papa faz uma retrospectiva mostrando como a comunidade cristã, desde o início, se preocupou com os doentes, principalmente os mais desamparados. Lembrou vários fundadores de congregações religiosas que sentindo o clamor destes nossos irmãos fundaram institutos religiosos e casas de misericórdias para acolherem e cuidarem dos doentes. São testemunhas vivas, através dos séculos e até os nossos dias, da Misericórdia do Pai.
- A misericórdia pastoral: presença e proximidade: O Papa Francisco ressalta a importância da pastoral da saúde oferecendo aos doentes e idosos a proximidade de Deus, a sua bênção, a sua Palavra e a celebração dos sacramentos. O Papa lembra que o convite de visitar os doentes “é um convite feito por Cristo a todos os seus discípulos”.
O texto completo desta mensagem do Papa Francisco encontra-se abaixo, aqui mesmo em nosso site. Recomendo sua leitura orante.
Dom Manuel Parrado Carral