Homilia no encerramento da 1ª Jornada Diocesana da Juventude
Homilia no encerramento da
1ª Jornada Diocesana da Juventude
15/05/2011 - Catedral de São Miguel Arcanjo
Meus caros jovens é motivo de grande alegria estarmos reunidos em torno do altar para louvarmos e agradecermos a Deus neste quarto domingo depois da páscoa, conhecido como o domingo do bom Pastor, para encerrarmos a primeira jornada diocesana da juventude.
Na catequese realizada na manhã de ontem vocês refletiram sobre o tema proposto pelo Papa Bento XVI para a Jornada Mundial da Juventude a ser realizada em Madrid, na Espanha, no próximo mês de agosto, “Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé” (Col. 2,7) e, tenho certeza, compreenderam a importância de alicerçarmos a nossa vida em Jesus Cristo. Ele é a causa de nossa alegria e esperança, pois, com sua ressurreição nos dá a certeza da vitória do bem sobre todos os males.
A primeira leitura da liturgia da Palavra deste quarto domingo depois da páscoa é retirada do livro dos Atos dos Apóstolos e nos apresenta o Apóstolo Pedro, em sua primeira pregação após o dia de pentecostes, quando fez o anúncio do kerigma, ou seja, a proclamação da grande notícia do amor de Deus que salva o mundo e a cada um de nós pela paixão, morte e ressurreição de seu filho Jesus Cristo.
Na segunda leitura o mesmo apóstolo Pedro nos diz: “vós sois a gente escolhida, o sacerdócio régio, a nação santa, o povo que Ele adquiriu, a fim de que proclameis os grandes feitos daquele que vos chamou das trevas para a luz maravilhosa”. Ele realizou maravilhas em nós e por nós.
O evangelho, o evangelista São João, mostra-nos o bom Pastor e sua ternura para com as ovelhas. Ele as conhece e chama a cada uma pelo nome e as ovelhas conhecem a voz de seu pastor. Observem que o evangelho dá destaque à “Voz do Pastor” e nos adverte contra os “falsos pastores”, cujas vozes prometem segurança, felicidade, riquezas, poder, prestígio, fama, saúde,etc....
Para saber distinguir a voz do bom Pastor é preciso educar os próprios ouvidos, escutar com o coração, porque o Pastor se reconhece pela voz. Esta voz ressoa para nós no evangelho. Quem não está acostumado a ouvir aquilo que Jesus nos diz, não está em condições de distinguir a sua voz entre a de tantos “falsos pastores”.
Quando falamos do pastor queremos lembrar a sua função de guia das ovelhas. Por isso, nesse domingo do bom Pastor, rezamos por aqueles que na Igreja são os pastores e também para que o Senhor não deixe faltar bons pastores em sua Igreja. Aí está o sentido de no 4º domingo da páscoa celebrarmos o “Dia Mundial de Oração pelas Vocações”.
Encerro, neste momento a minha fala para fazer chegar a vocês a palavra do Papa Bento XVI dirigida aos jovens do mundo inteiro no prefácio do catecismo adaptado para a juventude, a pedido do próprio Papa, para compor o kit a ser entregue aos jovens na Jornada Mundial da Juventude. Inclinem a cabeça. Fechem os olhos. Imaginem-se diante do Papa falando a cada um de vocês:
“Queridos jovens, amigos! Hoje, aconselho-vos a leitura de um livro extraordinário... Nas jornadas Mundiais da Juventude encontram-se jovens provenientes de todo mundo, jovens que desejam crer, que estão na busca de Deus, que amam a Cristo e desejam estradas comuns. Nesse contexto, perguntamo-nos se não deveríamos buscar traduzir o Catecismo da Igreja Católica na linguagem dos jovens e fazer penetrar as suas palavras no mundo deles.”
“Algumas pessoas dizem-me que o catecismo não interessa à juventude de nossos dias; mas eu não acredito nessa afirmação e estou seguro de que tenho razão. A juventude, não é tão superficial como é acusada de ser; os jovens querem saber de que consiste verdadeiramente a vida... este livro é emocionante porque nos fala do nosso próprio destino e, por isso, está intimamente relacionado a cada um de nós.” Por isso, convido-vos: estudai o catecismo! Este é o meu desejo, de coração.
“Esse subsídio, o catecismo não vos engana; não oferece soluções fáceis; exige uma nova vida da vossa parte; apresenta-vos a mensagem do Evangelho como a "pérola preciosa" (Mt 13, 45) pela qual é preciso dar tudo. Por isso, peço-vos: estudai o catecismo com paixão e perseverança! Sacrificai o vosso tempo para isso! Estudai-o no silêncio do vosso quarto, leia-o em duplas, se sois amigos, formai grupos e redes de estudo, trocai idéias pela Internet. Permanecei, de todos os modos, em diálogo sobre a vossa fé!”
“Deveis conhecer aquilo em que acreditais; deveis conhecer a vossa fé com a mesma paixão que um especialista de informática conhece o sistema operacional de um computador; deveis conhecê-la como um musicista conhece a sua obra; sim, deveis ser bem mais profundamente enraizados na fé do que a geração dos vossos genitores, para poderdes resistir com força e decisão aos desafios e às tentações deste tempo. Tendes necessidade do auxílio divino, se a vossa fé não quer secar como uma gota de orvalho ao sol, se não desejais sucumbir às tentações do consumismo, se não desejais que o vosso amor se afogue na pornografia, se não desejais ignorar os fracos e as vítimas de abusos e violência”.
Se vos dedicardes com paixão ao estudo do catecismo, desejo ainda dar-vos um último conselho: sabeis de que modo a comunidade dos fiéis foi, nos últimos tempos, ferida pelos ataques do mal, pela penetração do pecado em seu interior, no coração da Igreja. Não tomeis isso como pretexto para fugir do olhar de Deus; vós mesmos sois o corpo de Cristo, vós sois a Igreja! Levai o fogo intacto do vosso amor a esta Igreja, toda vez que os homens tiverem obscurecido o seu rosto. "Não relaxeis o vosso zelo. Sede fervorosos de espírito. Servi ao Senhor" (Rm 12, 11).
“Quando Israel estava no período mais difícil de sua história, Deus chamou em auxílio não os grandes e as pessoas estimadas, mas um jovem de nome Jeremias. Jeremias sentiu-se investido de uma missão muito grande e exclamou: "Ah! Senhor Javé, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança!" (Jr 1, 6). Mas Deus não se deixou induzir em erro: "Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar". (Jr 1, 7). E o Papa encerra o seu prefácio: Abençôo-vos e rezo todos os dias por todos vocês.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Manuel Parrado Carral