Carlos Acutis é proclamado Beato
“Oração e missão: estes são os dois traços distintivos da fé heroica do Beato Carlos Acutis, que no decorrer da sua breve vida o levou a confiar-se ao Senhor em todas as circunstâncias, especialmente nos momentos mais difíceis”...
Nem mesmo a pandemia e suas restrições foram capazes de ofuscar a beatificação de Carlos Acutis. A Basílica superior de São Francisco, em Assis, pôde conter poucas centenas de pessoas, mas a missa foi acompanhada ao vivo em telões instalados fora da igreja e por milhões de fiéis em todo o mundo através das redes sociais.
Logo no início, na presença dos pais – Andrea e Antonia – e dois irmãos do jovem, foi lida uma breve biografia do novo beato e o presidente da celebração e representante pontifício - cardeal-vigário do Papa para a Diocese de Roma, Agostino Vallini - leu a carta do Papa Francisco com a fórmula de beatificação: “Concedemos que o Venerável Servo de Deus Carlo Acutis, leigo, que, com o entusiasmo da juventude, cultivou amizade com o Senhor Jesus, colocando a Eucaristia e o testemunho da caridade no centro da própria vida, a partir de agora seja chamado Beato e que seja celebrado todos os anos nos locais e de acordo com as regras estabelecidas pelo direito, em 12 de outubro, dia de seu nascimento ao céu”.
Oração e missão
A seguir, sob calorosos aplausos, foi revelada a imagem do beato, enquanto uma relíquia foi levada em procissão até ao altar. Já na homilia, o cardeal Vallini percorreu os momentos de uma curta, mas intensa existência. “Espontaneamente surge a pergunta: o que havia de especial nesse jovem de apenas quinze anos? Ele tinha o dom de atrair e era visto como exemplo. Desde criança, sentia a necessidade da fé e tinha o olhar voltado para Jesus", disse o cardeal.
O novo Beato representa ainda um modelo de força, alheio a toda forma pactos, consciente de que, para permanecer no amor de Jesus, é necessário viver o Evangelho de forma concreta (cf. Jo 15,10), mesmo à custa de ir contra a maré. "Acutis testemunhou que a fé não nos afasta da vida, mas nos mergulha mais profundamente nela, indicando-nos o caminho concreto para viver a alegria do Evangelho. Cabe-nos percorrê-lo, atraídos pela fascinante experiência do Beato Carlos, para que também a nossa vida possa resplandecer de luz e esperança", concluiu o cardeal.
O céu está mais perto
O arcebispo de Assis-Nocera Umbra–Gualdo, Dom Domenico Sorrentino, tomou a palavra ao final da missa para uma série de agradecimentos e afirmou: “Hoje o céu está mais perto. Aquela "estrada" eucarística que Carlos amava percorrer velozmente para chegar ao Céu, hoje ele a percorreu em sentido contrário para voltar a nós com o rosto radiante de bem-aventurança, e para se fazer, também por meio do culto da Igreja, nosso intercessor e nosso modelo de vida.”
Os seus restos mortais repousam no Santuário do Despojamento, onde o jovem Francisco expressou entre os braços do Bispo Guido a radicalidade da sua escolha de Deus.
Neste santuário, afirmou Dom Sorrentino, “por um desígnio especial da Providência, Francisco e Carlo são agora indissociáveis”.
Fonte: Vatican News