Papa Francisco: "São João Paulo II foi um dom extraordinário do Senhor à Igreja"
João Paulo II faleceu em Roma, no Palácio Apostólico do Vaticano, no sábado, 2 de abril de 2005, às 21h37, na véspera do Domingo da Divina Misericórdia, por ele instituído. Seu pontificado foi o terceiro mais longo da história, depois do de Pedro e de Pio IX. O funeral solene na Praça São Pedro foi celebrado no dia 8 de abril. Beatificado em 2011 por seu sucessor imediato, Bento XVI, foi canonizado em 27 de abril de 2014 pelo Papa Francisco.
No dia 22 de outubro, a Igreja recordou São João Paulo II. Para a ocasião, o Papa Francisco postou 2 tuítes nas redes sociais. O primeiro salienta: “Hoje em dia muito frequentemente o homem não sabe o que traz no interior de si mesmo, no profundo do seu ânimo e do seu coração... Permiti a Cristo falar ao homem. Somente Ele tem palavras de vida, de vida eterna”. No segundo tuíte, Francisco disse: “São João Paulo II, apaixonado pela vida e fascinado pelo mistério de Deus, do mundo e do homem, foi um dom extraordinário do Senhor à Igreja. Recordemos a sua fé: que seja de exemplo para viver o nosso testemunho hoje”.
“Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! (São João Paulo II)” Sem dúvida essas palavras ressoam como um incentivo, numa época de muros e sistemas opostos máximos, a confiar num “poder salvador” maior. Agora que o muro a ser abatido é o vírus infinitamente pequeno, o apelo de Karol Wojtyla ressoa intacto em sua pertinência. Foi o que disse ao Vatican News o postulador da causa de canonização de São João Paulo II, mons. Slawomir Oder.
Mons. Oder: Absolutamente sim. Lembro-me de uma frase que encontrei em seus escritos logo no início de seu pontificado, quando ele repercorre toda sua história e conclui: “Debitor factus sum”, “Tornei-me devedor”. Para mim, isto é também uma chave de leitura para interpretar o que é o fenômeno de João Paulo II: ele paga com sua vida a dívida de amor, especialmente em relação a Cristo, e é por isso que as palavras “Procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo” têm um valor programático e permanecem válidas ainda hoje. Porque assim como a vida de João Paulo II foi pagar uma dívida em relação ao amor de Deus, também hoje, ao aceitar este convite, podemos de alguma forma fazer a nossa parte no pagamento de nossa dívida em relação a este pontífice, em relação à história em que vivemos. Se hoje, mesmo no contexto do mundo atingido pela pandemia, recorremos a Cristo, podemos também abrir os nossos corações e mentes, nossas consciências, abrir os sistemas políticos, econômicos, estatais, culturais, os vastos campos em que o homem atua, à mensagem cristã.
João Paulo II mostrou grande força: que testemunho ele nos deixou em sua maneira de viver a doença?
Mons. Oder: Penso que para todos nós permanece uma imagem forte, aquela que nos deixou no final de seus dias, na última Sexta-feira Santa, aquela filmagem televisiva de sua participação na última Via-Sacra no Coliseu: não mais presente fisicamente entre muitos peregrinos, mas em sua capela segurando a cruz. Para ele a cruz era a chave de leitura para entender a dor humana e uma chave que abria as portas da esperança.
João Paulo II, Karol Wojtyla, foi um protagonista da história. Não me lembro quem disse que todos dão a sua contribuição, alguns com uma vírgula outros com um capítulo. Wojtyla vale mais que um livro.
Mons. Oder: Não há dúvidas. Realmente fomos testemunhas de mudanças de épocas que certamente tiveram raízes muito distantes. Um elemento foi a eleição de João Paulo II, o homem que veio de um país distante, da Polônia, além da Cortina de Ferro: de repente com ele também tivemos que nos dar contar da existência do Leste Europeu. Mas embora fosse um protagonista com a sua palavra, com o encorajamento, ele era extremamente humilde. Quando alguém lhe dizia que foi ele quem derrubou o comunismo, ele negava claramente. Dizia que era a Providência Divina, servindo-se também dele. João Paulo II foi um homem que acompanhou todos estes processos com sua oração, em primeiro lugar, mas depois com sua palavra, com seu ensinamento, com o testemunho de sua coragem e com gestos proféticos. João Paulo II nos ensinou a não nos resignarmos à mediocridade, mas a viver a plenitude de nossa vida a fim de fazer de nossa vida uma verdadeira obra-prima.
Fonte: Vatican News
RELEMBRE DE ALGUNS MOMENTOS MARCANTES DA VIDA DE JOÃO PAULO II
* Clique aqui e veja suas primeiras palavras no momento de sua eleição pontifícia!
* Clique aqui e se recorde da belíssima canção, composta para João Paulo II, quando de suas visitas ao Brasil, com algumas imagens de sua passagem pelo nosso país!
* Clique aqui e veja suas últimas palavras ao despedir-se do Brasil, em 1997!