Maria Santíssima é nossa mãe na ordem da graça
A Santíssima Virgem é honrada com o título de “Mãe de Deus”, e sob a sua proteção se acolhem os fiéis, em todos os perigos e necessidades”. A partir do Concílio de Éfeso o culto do Povo de Deus para com Maria cresceu na veneração e no amor de suas virtudes. Este culto, que é diferente do culto de adoração, que se presta ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, ajuda, favorece e enriquece o amor à Trindade Santa e no documento conciliar “Lumen Gentium”, é resgatado na sua mais profunda riqueza.
As várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, “aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e reta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e o modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e glorifique o Filho, por quem tudo existe e no qual aprouve a Deus que residisse toda a plenitude, e também melhor se cumpram os seus mandamentos”.
Predestinada para ser Mãe de Deus como foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Depois de elevada ao céu, não abandonou esta missão salvadora, mas, com a sua intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada. “Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira”.
A devoção e o culto à Maria Santíssima nada tira da eficácia do único mediador que é Jesus Cristo nosso Salvador, o filho de Maria. Nada nem ninguém podem se igualar a Ele. No entanto se cada fiel batizado participa do ministério salvador de Cristo se configurando ao Redentor de diversos modos, quanto mais se pode esperar da criatura mais próxima e unida ao mistério da salvação do que é a Virgem Maria.
Maria, Mãe de Deus, é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo. A própria Igreja é imagem da mãe que gera pela evangelização e pelo batismo filhos e filhas concebidos pela ação do Espírito Santo e nascidos de Deus, chamados e viver com a mãe uma fé íntegra, uma sólida esperança e uma verdadeira caridade.
O Concílio Ecumênico Vaticano II ensina e recomenda a todos os filhos e filhas da Igreja que “fomentem generosamente o culto da Santíssima Virgem, sobretudo o culto litúrgico, que tenham em grande estima as práticas e exercícios de piedade para com Ela, aprovados no decorrer dos séculos pelo magistério, e que mantenham fielmente tudo aquilo que no passado foi decretado acerca do culto das imagens de Cristo, da Virgem e dos santos.”
Apresentando para nossa reflexão alguns pontos fundamentais do culto à Maria Santíssima, devemos ter sempre presente, como nos ensina o Concílio que os fiéis devem se lembrar de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incentiva a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes.
O Concílio Vaticano II nos convida a dirigirmos “instantes súplicas à Mãe de Deus e mãe dos homens, para que Ela, que assistiu com suas orações aos começos da Igreja, também agora, exaltada sobre todos os anjos e bem-aventurados, interceda, junto de seu Filho, na comunhão de todos os santos, até que todos os povos, tanto os que ostentam o nome cristão, como os que ainda ignoram o Salvador, se reúnam felizmente, em paz e harmonia, no único Povo de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade”.
Dom Manuel Parrado Carral