Ministérios não ordenados Compromisso de serviço à Comunidade
Ministérios não ordenados
Compromisso de serviço à Comunidade
O ministério é um carisma que o amor de Deus concede à sua Igreja para desempenhar determinadas ações e serviços. Os carismas, serviços e ministérios na Igreja se complementam e cooperam uns com os outros em vista da missão de evangelizar. O exercício dos ministérios tem pleno sentido quando exercidos em comunhão, na construção da unidade e no testemunho do amor cristão.
A vivência do ministério é mais completa quando o ministro está convencido de que o discipulado e a missionariedade fazem parte integrante de sua participação na vida da Igreja na qual foram inseridos pelo sacramento do Batismo. Portanto, “o ministério é um carisma, ou seja, um dom do alto, do Pai, pelo Filho, no Espírito, que torna seu portador apto a desempenhar determinadas atividades, serviços em ordem à salvação”.(Doc 62 CNBB)
O exercício do ministério enriquece a vida comunitária e favorece a ação evangelizadora da Igreja, pois, “o envolvimento da comunidade na indicação de seus ministros recupera a dinâmica da igreja primitiva, de participação da comunidade nas responsabilidades do ministério apostólico; cria-se assim a perspectiva da “comunidade toda missionária” (DA 168). Também a indicação clara de leigos para assumirem responsabilidades eclesiais ajuda a superar uma mentalidade longamente implantada, de centralização do ministério nas mãos das pessoas ordenadas, como se só elas pudessem exercer ministérios na Igreja. Neste sentido, é fundamental a valorização e inclusão da mulher (DA 454, 458). Por outro lado, a instituição de ministros faz com que a comunidade reconheça que eles são parte da igreja, favorecendo a compreensão de que todos os cristãos participam da missão da Igreja; a valorização dos leigos propicia “a comunhão na missão e a missão na comunhão” (DA 163). Supera-se, assim, a “disputa” para “ser fermento” na massa e na comunidade eclesial (DA 505, 178).
A instituição de ministros não ordenados possibilita uma distribuição de serviços que libera o ministro ordenado para serviços mais específicos de seu ministério e fortalece a identificação do povo com a igreja. Essa passa a contar com pessoas que assumem responsabilidades pela vida e missão eclesiais. A instituição de ministros leigos, a partir de um ato que conta com a presença do Bispo Diocesano, torna visível a unidade de atuação de todos os ministérios na Diocese e abre caminho para a diversidade e a descentralização. Portanto, os leigos são “parte ativa e criativa na elaboração e execução dos projetos pastorais a favor da comunidade” (DA 213).
Na Diocese de São Miguel Paulista vivemos a experiência de ministérios leigos há muitos anos e, sem dúvida, muito se deve ao exercício desse serviço a formação de muitas comunidades eclesiais. Muitos ministros e ministras dedicaram e ainda dedicam sua vida à evangelização enquanto, ao mesmo tempo, dão testemunho de verdadeira vida cristã vivendo sua vida familiar, profissional, social e encontrar um precioso tempo para trabalhar pela comunidade eclesial.
Encerramos a investidura de ministérios nos quatorze setores pastorais das três regiões episcopais. São mais de quatro mil ministros exercendo ministérios extraordinários a favor do Povo de Deus: Ministros da Distribuição da Sagrada Comunhão, Ministros das Exéquias, Ministros da Palavra, Ministros do Sacramento do Batismo e algumas Testemunhas Qualificadas da Igreja para o Sacramento do Matrimônio.
É importante ressaltar a necessidade da participação assídua dos coordenadores paroquiais nas reuniões diocesanas dos Ministérios não Ordenados que se realizam a cada dois meses no salão da Catedral, sempre com a presença do Bispo. Acontece a concentração anual de todos os ministros na festa de Cristo Rei, no Santuário Basílica de Nossa Senhora da Penha.
É uma bênção para a Igreja a atuação de tantos e dedicados ministros e ministras que, com seu serviço, constroem uma Igreja unida e em comunhão dando ao mundo testemunho do desejo de servir e ser sinal da presença de Deus na nossa história.
Dom Manuel Parrado Carral