Homilia na 18ª Romaria da Diocese de São Miguel Paulista - Basílica de Nossa Senhora Aparecida - 15/09/2013
Saúdo fraternalmente Dom Fernando Legal, bispo emérito de São Miguel Paulista. Saúdo os padres que comigo concelebram, vindos da Diocese de São Miguel Paulista e de outras localidades. Saúdo os Diáconos e os seminaristas aqui presentes.
Saúdo os irmãos e irmãs da Diocese de São Miguel Paulista que neste ano jubilar vem colocar aos pés da Mãe Aparecida suas súplicas e ação de graças pelos 25 anos de criação de nossa Diocese. Aqui vocês vêm apresentar seus projetos de vida, fortalecer a esperança, pedir a concessão de tantas outras graças necessárias para a caminhada nessa vida.
Saúdo os romeiros e romeiras de tantas romarias que, como peregrinos, vêm louvar a Mãe de Jesus e agradecer as graças alcançadas pela intercessão de nossa Senhora da Conceição Aparecida e aqui trazer seus pedidos.
Meus irmãos e minhas irmãs:
A liturgia da Palavra deste XXIV domingo do tempo comum, em suas três leituras, nos ajuda a compreender como Deus ama sem ligar para nossos méritos. Seu amor é total gratuidade. Na primeira leitura, retirada do livro do Êxodo, vemos o povo de Israel que havia sido libertado da escravidão do Egito, voltar à idolatria fazendo para si um bezerro de metal fundido. Pela súplica de Moisés, o Senhor perdoa os israelitas com total gratuidade, sem impor condições, sem existir da parte deles nenhuma atitude que merecesse o perdão. O Senhor é movido exclusivamente pelo seu amor misericordioso.
O Evangelho que foi proclamado, segundo São Lucas, confirma o que ouvimos na primeira leitura. Os publicanos e pecadores se aproximam de Jesus para escutá-lo. Os fariseus e os mestres da lei criticam a Jesus: “Ele acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então Jesus lhes conta três parábolas: a da ovelha desgarrada, a da moeda perdida e a do filho pródigo.
Jesus conta essas parábolas, não para os discípulos e nem para os pecadores, mas para os fariseus e os mestres da lei, que se julgavam “justos”, achando-se melhores que os outros e que estavam escandalizados com a atitude de Jesus. É uma tentativa para ajudá-los a entender a novidade do que estava acontecendo. Jesus veio não para condenar, mas para salvar.
As três parábolas falam de alegria, de festa porque a ovelha desgarrada e a moeda perdida foram encontradas e o filho que era dado como morto, voltou. Para não deixar dúvidas, Jesus após a parábola da ovelha desgarrada diz: “assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por 99 justos que não precisam de conversão”. Na parábola da moeda perdida Jesus conclui: “por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”.
A terceira parábola, a do filho pródigo é uma das mais belas e consoladoras passagens do Evangelho. O filho mais novo exigiu do pai sua parte da herança abandonando a casa paterna. Durante anos esbanjou seus bens terminando na miséria. Lembra-se da casa do Pai e resolve voltar. O Pai que por anos esperava pela volta do filho mais novo, quando ele regressa o acolhe com amor, com alegria e ordena que se faça uma grande festa.
O filho mais velho, quando chega do trabalho no campo, estranha o barulho da festa. Chama um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ao saber que o irmão mais novo havia voltado e que por isso o pai fazia uma festa, o irmão mais velho ficou com raiva e não queria entrar em casa. Sabendo disso, o Pai foi ao seu encontro e insistia com ele para entrar. E o filho mais velho disse: “Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chega esse teu filho, que esbanjou seus bens, matas para ele o novilho mais cevado”. O pai lhe diz: “Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu”.
Meus irmãos e minhas irmãs, imaginemos a tristeza no coração desse pai ao perceber que o filho mais velho o vê como um patrão a quem deve obedecer para ter direito a alguma coisa. O filho mais velho não sentia prazer e alegria na convivência com o Pai. Por isso, acolhamos em nosso coração essas palavras de Jesus como ditas a cada um de nós aqui reunidos neste Santuário: “Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu". Convencidos dessa realidade, sintamos a alegria de ser cristãos, e sejamos alegres e felizes por fazer parte da família de Deus.
A atitude do pai, nessa parábola, nos revela quais são os sentimentos de Deus para conosco: Ele não ama só os justos, mas ama a todos, sempre e sem condições, como afirma São Paulo na carta a Timóteo, que hoje ouvimos: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. Nós que temos a alegria de nos encontrarmos na casa de nossa mãe, a Senhora Aparecida, queremos anunciar a todos os irmãos que estão longe da casa do Pai a alegria de pertencer à família de Deus. Isto é ser missionário e missionária.
Voltemos o nosso olhar para a querida imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e digamos: Obrigado querida Mãe por nos acolher em romaria em sua casa./ Daqui saímos confortados e alegres por sentir sua materna proteção.
A lembrança desse encontro em sua casa nos anima e fortalece na caminhada do dia a dia. A ti, Mãe querida, confiamos e consagramos, uma vez mais, nossa Diocese de São Miguel Paulista nesse ano jubilar e todos os romeiros aqui presentes, vindos dos mais variados lugares desse Brasil.
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Manuel Parrado Carral