Diocese de São Miguel Paulista - Celebração do Jubileu de Prata de sua criação
Catedral de São Miguel Arcanjo - 25 de maio de 2014
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
Sim, para sempre seja louvado o Senhor Jesus Cristo que nesta tarde nos dá a oportunidade de, reunidos em seu amor, celebrar os 25 anos de caminhada de nossa Diocese.
A Região Episcopal de São Miguel pertencente à Arquidiocese de São Paulo, foi elevada a Diocese em 15 de março de 1989 e foi oficialmente instalada a 28 de maio do mesmo ano.
Ao completar 25 anos, queremos fazer memória da caminhada que fizemos, impulsionados pelo Espírito Santo e amparados pelo esforço e abnegação, pelo sacrifício e desprendimento, pela persistência, esperança e fé dos nossos padres e dos fiéis cristãos, cientes de terem sido acompanhados, orientados e guiados pela misericordiosa presença de Deus.
A Palavra de Deus, que escutamos na primeira leitura retirada do livro dos Atos dos Apóstolos, aponta-nos uma atitude capaz de revelar a razão de nossa persistência em nos mantermos firmes na missão: “Todos eles perseveravam unidos na oração”. Rezamos com a vida, com a história, com o trabalho, com o coração e com a liturgia que nos leva à intimidade com Deus. Se muito temos a pedir, muito mais temos a agradecer. Por isso nos unimos nesta celebração para que a nossa gratidão seja um hino de louvor a Deus nosso Senhor.
Sob a proteção de nosso padroeiro, São Miguel Arcanjo, e de Nossa Senhora da Penha, vários momentos significativos aconteceram na história da Diocese de São Miguel Paulista. Em busca da unidade e da comunhão à qual fomos chamados por Deus em Jesus Cristo, já elaboramos e procuramos aplicar 5 planos de pastoral. Estamos em processo de construção do 6º plano de pastoral que quer nos orientar na evangelização. Procuramos nos inspirar no apelo do Papa Francisco para que a nossa ação evangelizadora seja alegre: alegre para o mundo e alegre para nós.
Queremos e devemos ser para a humanidade um motivo de esperança irradiada a partir do anúncio da boa notícia, Jesus Cristo, que veio para que todos tenham vida e vida em abundância. Críticos na análise das estruturas de injustiça, que perpetuam as dores e o sofrimento do povo desassistido, desesperançado, sem condições de vida digna, procuramos ser construtores do reino de Deus testemunhando nossa pertença à comunidade do crucificado e ressuscitado que faz da nossa esperança uma luz para iluminar o caminho.
Durante este tempo de caminhada que fizemos, as presenças de Dom Angélico, de Dom Fernando Legal, primeiro bispo diocesano, e seu auxiliar Dom José Maria marcaram a história da nossa Diocese.
E, com certeza, há neles o júbilo e a alegria de termos chegado a este Jubileu de Prata. O jubileu tem de fato como marca a característica de gratidão, de hino de louvor, de agradecimento a Deus e a todos que colaboraram para chegarmos até aqui.
O tempo vai continuar a correr e enquanto for passando irá marcando nossa Diocese com características próprias que lhe darão identidade. Somos muito jovens e estamos construindo o rosto da Diocese.
A identidade de nossa Diocese se expressa no rosto dos cristãos cheios de fé e esperança que vivem no extremo leste desta cidade, mas também, no rosto de todo homem e mulher, criança, jovem, adulto e idoso, e de cada ser humano que é excluído, que está banido ou não tem acesso aos bens necessários para viver com dignidade ou não tem seus direitos respeitados. Nesta realidade deve estar estampado o rosto do Cristo Vivo e Ressuscitado mas também o rosto do Cristo sofredor e crucificado que continua bradando seu grito na Cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”.
Fomos chamados a servir este povo vivendo a comunhão, que exige despojamento, humildade e coração sincero para acolher as mais diversas expressões de vida comunitária, presentes na atuação das comunidades que temos em nossa igreja, e que devem se relacionar com outras tantas manifestações na realidade a ser evangelizada.
Ser sinal, ser “sal da terra e luz do mundo”, evangelizar pelo testemunho fiel, constante e alegre, viver a autenticidade da fé e ser coerente com a missão a nós confiada, eis um grande desafio para todos nós que formamos essa grande Diocese. O salmo que hoje rezamos nos alertou: “Sei que verei os benefícios do Senhor na terra dos vivos! Espera no Senhor e sê forte! Fortifique-se o teu coração e espera no Senhor!”
Muito ainda temos que caminhar na história para cumprir nossa missão. Mas todos nós queremos fazer a nossa parte e da melhor forma possível. Não queremos passar em branco na história e não registrar nosso entusiasmo, nossa confiança e nossa opção por Jesus Cristo. Desafios sempre teremos e procurando as soluções nos valores do Reino de Deus, enfrentaremos os problemas com a certeza de que o próprio Deus ilumina nossas decisões.
Maria, mãe de Jesus Cristo, mãe da Igreja, nossa mãe e intercessora, continuará presente em nossa caminhada nos abençoando do alto da colina da Penha. São Miguel, nosso padroeiro, arcanjo valente e lutador, nos inspirará coragem para irmos firmes à luta. A Trindade Santa nos manterá unidos no seu exemplo de comunhão trinitária.
Mais uma vez eu vos digo:
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
Dom Manuel Parrado Carral