Homilia na celebração de investidura dos ministros não ordenados do Batismo e da Palavra
30° domingo do tempo comum - 23/10/2016
Neste domingo, 30° do tempo comum, DIA DAS MISSÕES, estamos reunidos, como família de Deus, para celebrar o Dia do Senhor. Convido a todos a louvar e agradecer a Deus, no silêncio do coração, o dom da Fé que chegou até nós pela ação de tantos dedicados e santos missionários.
Nesta celebração eucarística alguns membros de nossas comunidades paroquiais, que foram apresentados pelos seus respectivos párocos e devidamente preparados pela coordenação diocesana dos ministérios não ordenados, receberão a investidura do ministério extraordinário do Sacramento do Batismo e o Ministério da Palavra, para um mandato de 03 anos.
Na passagem do evangelho de São Lucas, que foi proclamado, Jesus conta uma parábola: “Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo:´Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou dízimo de toda a minha renda.’ O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu;mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!'"
O tema central desta parábola é ensinar que a justificação se dá por meio do reconhecimento do próprio pecado e pela fé plena no amor misericordioso de Deus: “Eu vos digo: este último, o publicano, voltou para casa justificado, o outro, o fariseu, não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será exaltado”, conclui Jesus.
Em um momento de silêncio, em nosso coração, vamos nos questionar: como é a nossa oração? Como nos aproximamos de Deus? Quantas vezes o farisaísmo se manifesta em determinados grupos da Igreja que se creem os bons, os únicos certos, os donos da
verdade e rezam para que os que não pensam como eles se convertam? Quem somos nós para julgar os outros?
Eu disse, no início desta homilia, que hoje teremos a investidura de alguns leigos e leigas para exercerem o ministério extraordinário do sacramento do Batismo e o ministério da Palavra. Rezemos por eles. Peçamos a Deus que, a túnica que eles passarão a usar no exercício destes ministérios seja o sinal externo da túnica interior da humildade, do espírito de serviço e do ardor missionário do qual eles deverão estar revestidos.
O documento de Aparecida lembra que os leigos são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, em primeiro lugar com o testemunho de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e de outras formas de apostolado, conforme as necessidades da Igreja Particular, sob a orientação do Bispo Diocesano (DAp 211). Este estará disposto a abrir para eles espaços de participação e conferir-lhes ministérios e responsabilidades em uma Igreja toda ela ministerial, onde todos vivem de maneira responsável seu compromisso de batizados.
Vocês, meus irmãos e minhas irmãs, receberão esse mandato para ajudar seu pároco e sua comunidade. Por isso, lembro a vocês que a consciência de pertença à Igreja é que dará, ao Ministério do Sacramento do Batismo e o Ministério da Palavra, a garantia aos fiéis de que Deus continua agindo em favor da humanidade resgatada por Jesus Cristo no seu mistério pascal.
Estimados candidatos ao Ministério Extraordinário do Sacramento do Batismo, vocês exercerão este serviço por um período de três anos em suas comunidades paroquiais. Vocês devem se esforçar para vivenciar a filiação divina que nos foi dada pelo Sacramento do Batismo.
Em atitude acolhedora, própria dos ministros da Igreja, anunciem esta filiação divina aos pais e padrinhos dos batizandos. Tenham a consciência de que administrar o Sacramento do Batismo introduz novos filhos e filhas na caminhada do Povo de Deus
Caros candidatos ao Ministério Extraordinário da Palavra, vocês exercerão este serviço por um período de três anos nas suas comunidades paroquiais. Sejam verdadeiros anunciadores da Palavra de Deus, preparando com a oração e o estudo a celebração da Palavra que irão presidir em nome da Igreja. Procurem se esforçar para serem testemunhas, em seu cotidiano, da Palavra que anunciam.
Independentemente do ministério que exerçamos em nossas comunidades, todos os nossos atos e ações devem ser motivados pelo ardor missionário, como nos lembra o nosso 6° plano diocesano de pastoral. O exercício desses ministérios só têm sentido se forem exercidos com um autêntico espírito de missionariedade, de comunhão, de unidade e de serviço. Por isso lembro a vocês alguns pontos que já tive a oportunidade de lembrar em outras ocasiões e que julgo imprescindíveis para a vida de um ministro leigo na Igreja:
- Cultivar o espírito de acolhida no exercício de seu ministério, seguindo o exemplo acolhedor de Jesus;
- Buscar descobrir a maneira como vocês podem ser missionários no relacionamento com as pessoas que buscam os sacramentos;
- Ser verdadeiros servidores de Deus em suas comunidades, a exemplo de Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida como resgate em favor de muitos;
- Tudo isso exige vivenciar uma espiritualidade alimentada pela vida de oração, pelo amor à Palavra de Deus e pela Eucaristia.
Finalizando quero lembrar o amor e a fidelidade à Igreja que lhes confere este ministério. Este amor e esta fidelidade deve ser uma característica de todos os ministros leigos e ordenados. Digo mais, procurem ser fiéis ao Papa, ao Bispo e aos seus párocos.
Que São Miguel Arcanjo nos proteja e defenda contra todas as tentações e que Maria, Nossa Senhora da Penha, derrame suas bênçãos sobre cada um de nós aqui presentes e sobre nossas famílias e comunidades paroquiais.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Manuel Parrado Carral