Homilia para o 7º encontro do Terço dos Homens
Basílica de Nossa Senhora da Penha - 19 de agosto de 2018
Meus irmãos é com alegria que mais uma vez acolho a todos vocês, padres e leigos, que vieram das diversas paróquias e comunidades de nossa Diocese de São Miguel Paulista, para louvar e agradecer à Mãe de Deus e nossa Mãe, neste Santuário Basílica a ela dedicado, neste 7º encontro diocesano do Terço dos Homens. Este encontro se reveste de um significado todo especial por acontecer no Ano Nacional do laicato quando nos é proposto o tema Cristãos leigos e leigas sujeitos na Igreja em Saída, a serviço do Reino e o lema: “Sal da terra e Luz do mundo” (Mt.5,13-14).
As leituras da celebração litúrgica deste 20º domingo do tempo comum são substituídas pelas leituras da solenidade da Assunção de Nossa Senhora. “Todos irão ressuscitar. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida os que foram de Cristo, na ocasião de sua vinda”, assim se expressa São Paulo na primeira carta aos Coríntios.
Entre aqueles que são de Cristo há uma pessoa que é de Cristo de modo único, sua Mãe, aquela que pela ação do Espírito Santo o gerou como homem, que viveu com ele, partilhando as alegrias, os sofrimentos, os trabalhos e, sobretudo, esteve com ele ao pé da cruz. Para Maria, Jesus não esperou o final dos tempos para levá-la para junto de si: imediatamente, após sua morte, Maria foi ao céu de corpo e alma. Esta é uma convicção da Igreja, celebrada desde época muito antiga e que o Papa Pio XII proclamou como dogma de fé em 1º de novembro de 1950.
O que diz para nós o mistério da Assunção de Maria? Maria é, também ela, de um modo diferente de Cristo, o primeiro fruto: as primícias da ressurreição e da Igreja. Nela Deus traçou como que um esboço daquilo que, no final, acontecerá para todos nós, pois, todos somos chamados à santidade.
Santidade não é perfeição, pois, só Deus é Perfeito. Santidade é viver no amor, na busca do bem, não desejar o mal a ninguém, pois, Deus é Amor e quem vive no Amor, vive em Deus e Deus vive nele. -1-
Como Jesus nos ensinou santidade é passar pela vida fazendo o bem a todos. Mesmo no meio de imperfeições e quedas não devemos desanimar, mas recomeçar sempre, lançarmo-nos nos braços de Deus que é Misericórdia, buscando o perdão de Deus pela confissão e a reconciliação com os irmãos, quando os ofendemos ou prejudicamos.
Isto nos obriga a viver todos os momentos de nossa vida buscando dar testemunho da nossa fé seja na família, no trabalho, nas relações sociais e nas horas de diversão, fazendo transparecer a paz e a alegria do Cristo Ressuscitado. O Papa Francisco em sua Exortação Apostólica sobre a chamada à santidade no mundo atual nos encoraja na busca da santidade: “Não tenhas medo da santidade. Não te tirará forças, nem vida e nem alegria. Muito pelo contrário, porque chegarás a ser o que o Pai pensou quando te criou e serás fiel ao teu próprio ser”.
E o Papa Francisco continua: “Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da tua fragilidade com a força da graça”.
Continuando o Papa escreve sobre cinco características da santidade no mundo atual: 1. Saber suportar com paciência e mansidão as adversidades, permanecer centrado, firme em Deus que nos ama e sustenta; 2. Ser capaz de viver com alegria e sentido de humor: sem perder o realismo, iluminar os outros com um espírito positivo e rico de esperança; 3. Ao mesmo tempo, a santidade é ousadia, é impulso evangelizador que deixa uma marca neste mundo.
A quarta característica da santidade apresentada pelo Papa Francisco é o caminho comunitário. A vida comunitária na família, no trabalho, na vizinhança, na paróquia e na comunidade religiosa guarda os pequenos detalhes do amor no qual os membros cuidam uns dos outros e formam um espaço aberto e evangelizador. Aí o Ressuscitado vai santificando segundo o projeto do Pai.
A quinta característica é ser uma pessoa com espírito orante, que tem necessidade de comunicar-se com Deus. São João da Cruz recomendava que se procurasse andar sempre na presença de Deus.
Nesta caminhada em busca da santidade temos como modelo e mestra a Santíssima Virgem. Confiemo-nos à Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe: “... quando caímos, Ela não aceita deixar-nos por terra e, às vezes, leva-nos nos seus braços sem nos julgar. Conversar com Ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos. A Mãe não necessita de muitas palavras, não precisa que nos esforcemos demasiado para lhe explicar o que se passa conosco. É suficiente sussurrar uma vez e outra: ave Maria...”
A oração do terço é uma arma poderosa contra as forças do mal. “A reza do terço é uma conversa com Maria que nos conduz à intimidade com seu filho Jesus.” Quantas maravilhas, verdadeiros milagres, esta boa Mãe realizou e realiza na vida de seus filhos que são fiéis à reza do terço. Eu os exorto a se manterem perseverantes na oração do terço para serem apóstolos desta prática evangelizadora: a oração do terço, por Maria nos mantém unidos a Jesus, pois o terço é uma oração contemplativa do mistério de nossa salvação.
Peço a todos que ao rezarem o terço coloquem as intenções da Igreja, rezem pela paz, pela concórdia, pela solidariedade e pela reconciliação entre as pessoas, os povos e as nações. Rezem de um modo especial pela nossa Diocese, pelo bispo, pelos padres, pelos nossos seminaristas e pelas vocações para que sejamos sempre fieis no seguimento do Evangelho e assumamos com fervor missionário as prioridades de nosso 6º plano diocesano de pastoral.
Que São Miguel Arcanjo nos proteja e defenda de todo mal. Que Nossa Senhora da Penha abençoe esta cidade de São Paulo e continue abençoando este Movimento do Terço dos Homens, a cada um de vocês e as suas famílias.
Salve Maria assunta ao céu!
Dom Manuel Parrado Carral