Mensagem de Dom Manuel, nosso bispo diocesano, para o Dia das Mães
Meus irmãos e minhas irmãs, no dia 10 de maio deste ano, quando a Igreja celebra o 5º Domingo do Tempo da Páscoa, também celebramos, em âmbito civil, o Dia das Mães. Por isso quero, através desta mensagem, enviar a minha saudação para todas as mamães que, aqui em nossa Diocese de São Miguel Paulista, dedicam-se à educação de seus filhos e, também, à transformação deste nosso pedaço de chão num lugar cada vez melhor para se viver, confiantes que, um dia, “a verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão. Da terra brotará a fidelidade e a justiça olhará dos altos céus” (cf. Sl 85,10).
Este dia também nos convida a dirigirmos nosso olhar àquela que, assunta ao céu, cuida de cada um de nós como filhos: Maria Santíssima. Como é bom e nos consola saber que não estamos sozinhos! Como bem se expressou o Papa Francisco, “precisamos, todos, de um coração de mãe que saiba guardar a ternura de Deus e ouvir as palpitações do homem”. Assim é Maria para todos nós, tal qual em relação a Jesus, a quem Maria não só concebeu, mas também cuidou, deu carinho e atenção, chegando até a procurá-Lo por três dias quando Ele permanecera em Jerusalém sem que Ela e José notassem (cf. Lc 2,41-52). E mais: o Evangelho nos conta que ela esteve aos pés da cruz, não abandonando seu Filho no momento da dor; e nesta mesma ocasião Jesus a entregou a todos nós, como Mãe da humanidade (cf. Jo 19,25-27). De certa forma, diante da cruz Maria uniu seu sofrimento de mãe ao do seu Filho, já que aquele corpo crucificado era carne de sua carne e ossos de seus ossos.
Nesta ocasião, quero me unir profundamente em oração, em primeiro lugar, a todas as mães que não desistem e, como Maria, sofrem com e por seus filhos, seja porque eles estão mergulhados em vícios, seja por conta do desemprego que, nestes tempos, tem afetado tantas famílias. Não há sofrimento que perdure, diz o ditado popular. As palavras da Sagrada Escritura, na Carta de São Tiago, possam encorajá-las: “Feliz quem persevera na provação, porque, tendo sido aprovado, receberá a coroa da vida prometida àqueles que o amam” (cf. Tg 1,12).
Quero também me recordar daquelas mães cujos filhos já partiram para a eternidade, de modo especial nos últimos dias, em decorrência da Covid-19; mães que, sem sombra de dúvidas, sofrem ainda mais porque sequer tiveram a oportunidade de se despedir daquele a quem, um dia, trouxeram dentro de si. As palavras do prefácio da Missa dos Fiéis Defuntos as encorajem: “Senhor, para os que creem em vós a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito nosso corpo mortal, nos é dado no céu um corpo imperecível”. Esta é a certeza que alimenta a nossa fé e fortifica a nossa esperança. “A vida dos justos está nas mãos de Deus, nenhum tormento os atingirá. Aos olhos dos insensatos pareceram mortos; sua partida foi tida como uma desgraça, sua viagem para longe de nós como um aniquilamento, mas eles estão em paz” (cf. Sb 3,1-3).
Por fim, quero também lembrar-me de um grupo de mães corajosas que, em meio a essa pandemia, acabou deixando seus filhos com avós ou tios para se dedicar aos pacientes infectados pela Covid-19. “Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos” (cf. Jo 15,13), ensinou Jesus. Esta é a verdadeira caridade. A elas, de um modo todo especial, invoco a proteção de Nossa Senhora da Penha, padroeira civil de nossa cidade de São Paulo, e de São Miguel Arcanjo, patrono de nossa Diocese, para que as protejam e façam perseverar na árdua e, hoje em dia, tão necessária profissão: médicas, enfermeiras, faxineiras, recepcionistas e tantas outras.
Para a grande maioria, neste ano o dia das mães será atípico, com poucos presentes e sem aglomerações. De alguma forma, isso também nos serve de aprendizado, para lembrar-nos que o dia das mães é todo dia, porque todos os dias elas precisam e merecem o nosso amor, o nosso carinho e a nossa gratidão. Que a Mãe, autógrafo de Deus sobre a humanidade, como disse o Papa Francisco, guarde-nos e leve a paz de seu Filho aos nossos corações e aos corações do mundo inteiro. Termino com as palavras do próprio Papa, elevando também ao Senhor uma prece pelas mães que, neste momento, cuidam de cada um de nós na eternidade: “Hoje precisamos de uma revolução da ternura. Pensemos na imagem da Mãe de Deus: é a imagem da ternura que cuida, seu rosto junto ao rosto do seu filho. Temos necessidade da Mãe da Ternura: essa é a bênção. Sem ternura não se compreende uma mãe, sem ternura não se pode entender Maria”.
Apesar do tempo presente, às mamães, um feliz dia das mães, cheio de ternura!
A todas e a todos, envio minha especial bênção.
Dom Manuel Parrado Carral
Bispo Diocesano de São Miguel Paulista