A Família, a Missão e a Formação: prioridades que devem ser iluminadas pelo espírito de acolhida
“Assim como Deus nos acolheu como filhos e filhas pelo batismo,
devemos nos acolher como irmãos e irmãs”.
A espiritualidade da acolhida
A Diocese de São Miguel Paulista escolheu como prioridades pastorais, no nosso 5º plano diocesano de pastoral, a Família, a Missão e a Formação. Todas as ações que pudermos desenvolver para tornar realidade nossas prioridades devem estar iluminadas pelo espírito de acolhida. Para isso cada um de nós deve estar espiritualmente preparado para acolher.
A acolhida é um elemento constitutivo da evangelização que revela a prática e o coração de Jesus, Mestre do acolhimento, cheio de misericórdia que reacende a esperança. Evangelizar é proclamar que, em Jesus Cristo, a misericórdia é oferecida aos pecadores, a esperança é devolvida aos que a perderam, o sentido da vida é revelado aos que estão sem rumo e o caminho da salvação está aberto para todos.
Deus nos acolheu pelo nascimento, pelo batismo e continua nos acolhendo a cada instante por seu perdão e pelas graças que nos concede. Os evangelhos nos apresentam, em várias passagens, Jesus acolhendo as pessoas. Vamos aprender com Ele como acolher nossos irmãos e irmãs. Ele é a medida para a nossa abertura e disponibilidade para com os outros. Acolher bem as pessoas é uma forma de se viver a própria fé, realizar com eficácia a missão evangelizadora que Jesus nos confiou e de chegar até as pessoas que queremos evangelizar.
Todo cristão e principalmente o agente de pastoral deve ter uma disponibilidade à acolhida, que se desenvolve numa relação de encontro pessoal com Jesus, o Ressuscitado, presente em nosso dia a dia. A partir dessa relação, desse encontro pessoal, vai-se estabelecendo critérios que facilitam e simplificam nossa vida: ter paciência, saber escutar, respeitar o outro, perdoar, reconciliar-se e assumir uma caminhada eclesial.
Abrir-se aos outros e colocar como base sólida de nossa ação pastoral evangelizadora a acolhida nos tornam continuadores e continuadoras da missão evangelizadora de Jesus que a todos acolhe e revela o amor e a misericórdia de Deus Pai.
Não podemos nos esquecer de que toda ação evangelizadora é eclesial, pois o sujeito da ação pastoral é a Igreja Particular, como nos ensina o Papa Paulo VI : “Evangelização não é um ato isolado e ninguém tem o direito de agir como quiser. Quem age em nome da Igreja o deve fazer em comunhão e sintonia com as orientações da Igreja Particular. Não se trata de uma missão pessoal e muito menos de uma inspiração, pois, a ação pastoral evangelizadora é sempre em nome da Igreja e em comunhão com ela.”
A prática da acolhida deve estar presente em toda a atividade da Igreja: no atendimento das secretarias, nas pastorais, nas celebrações dos sacramentos, nas atividades sociais e culturais das nossas comunidades, nos diversos cursos e encontros que promovemos. No entanto, de maneira especial, deve estar presente nas ações que propomos na execução do 5º plano diocesano de pastoral para que a espiritualidade da acolhida seja a motivação para toda a nossa ação evangelizadora.
Com disposição e entusiasmo queremos no s colocar nas mãos acolhedoras de Nossa Senhora da Penha e sob a proteção de São Miguel Arcanjo para que nossas atividades promovam a comunhão e a fraternidade e nos fortaleçam na construção de um mundo de paz e justiça..
Dom Manuel Parrado Carral