A Formação no período do Propedêutico
Tempo de preparação para o Seminário Maior
A necessidade de um espaço adequado para apurar o discernimento da vocação ao ministério presbiteral, cultivada com o acompanhamento da pastoral vocacional da paróquia ou da diocese, apresenta no chamado propedêutico uma forma de acompanhamento que possibilite ao vocacionado uma ajuda para que ele possa desenvolver as qualidades e aptidões humanas, cristãs e apostólicas em vista de sua opção.
Para qualificar o candidato para o ingresso no Seminário Maior, quando cursará a Filosofia e a Teologia, esse período de preparação humana, cristã, comunitária, intelectual e espiritual se faz em espaço adequado após o nível médio de ensino, em pelo menos um ano de duração, onde uma equipe responsável acompanha com uma programação própria a formação do candidato.
A formação deve privilegiar algumas dimensões essenciais: a dimensão humano-afetiva, a dimensão comunitária, a dimensão espiritual, a dimensão intelectual e a dimensão pastoral-missionária entre outras possíveis. Cada dimensão exige instrumentos adequados que dêem ao vocacionado as condições necessárias de estar preparado para a caminhada no tempo do Seminário Maior.
Amadurecendo sua opção o candidato terá a capacidade de assumir livre e conscientemente as exigências do período de formação específica em vista ao ministério. Desenvolvendo e ampliando sua capacidade intelectual poderá usar com maior probidade seu senso crítico para julgar a realidade sem se alienar em saídas simplistas. Aprofundando sua vida de fé contará com a intimidade com Deus que lhe dará a coragem necessária para viver os conflitos do mundo atual que dificultam caminhar com Jesus Cristo e discernir nos caminhos da história a condução do Espírito Santo.
No tempo do propedêutico o candidato ao Seminário Maior poderá entender melhor a dimensão eclesial de sua vocação enquanto terá mais tempo para a oração, para o estudo, para a partilha, para o retiro e outros exercícios espirituais que lhe darão maior proximidade com o Cristo Bom Pastor com o qual pretende se configurar no exercício do futuro ministério sacerdotal.
O propedêutico, portanto, deve preparar os candidatos para as dificuldades próprias de um exigente tempo de preparação específica em vista dos compromissos que deve assumir não só quando vier a ser ordenado, mas para a vida de seminário onde há uma responsabilidade compartilhada para alcançar os objetivos propostos.
Deve-se levar em consideração que cada candidato tem sua história, sua cultura, sua identidade própria que devem ser trabalhadas para o enriquecimento da unidade e da comunhão da futura inserção no presbitério da diocese. As capacidades, dons e talentos de cada um devem ser trabalhados em função do objetivo comum, ou seja, de poder se integrar na caminhada do povo de Deus como coordenador e líder da comunhão e da unidade que dão consistência à Igreja de Jesus Cristo.
Estas orientações se encontram explicitadas e desenvolvidas nos Documentos da Igreja e, de maneira especial estão no Documento 93 da CNBB, Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil. Elas devem ser refletidas, entendidas e acatadas, pois, servem de parâmetro para a formação dos futuros presbíteros.
Com alegria e esperança colocamos aos pés da Senhora da Penha nossa intenção e desejo sincero de trabalhar para a formação dos padres na nossa Diocese e caminhar na unidade e comunhão como testemunho de Igreja para os futuros padres.
Dom Manuel Parrado Carral