Homilia de encerramento da peregrinação de Na. Sra. da Penha - Região Episcopal São Miguel - 19/08/2012
Quero saudar todos os irmãos e irmãs presentes neste santuário de Nossa Senhora da Penha, vindos das diversas paróquias e comunidades dos seis Setores Pastorais da Região Episcopal São Miguel: Ermelino Matarazzo, Itaim Paulista, Jardim Helena, Silva Telles, Ponte Rasa e São Miguel. Partilhamos da mesma alegria e emoção de estarmos reunidos na casa de nossa querida Mãe, depois de termos recebido sua maternal visita em nossas comunidades. Com esta Missa, encerramos as peregrinações das três regiões episcopais.
Estamos aqui porque queremos prestar nossa homenagem filial a Nossa Senhora da Penha e agradecer sua maternal visita, sua proteção na vida de cada um de nós, na vida de nossas famílias, na caminhada de nossas paróquias e na vida de nossa diocese. Vamos expressar este nosso sentimento de gratidão com uma calorosa salva de palmas.
Desde que Jesus, pregado na cruz, nos confiou sua Mãe, todo o católico, seguindo o exemplo de São João Evangelista, acolhe Nossa Senhora com carinho e desvelo filial e a introduz em sua casa. E Maria não se deixa vencer em generosidade. Por isso, toda a Região Episcopal São Miguel se une neste momento de reconhecimento e gratidão, pois, é testemunha das graças e bênçãos concedidas por tão carinhosa Mãe durante a sua peregrinação por esta região.
Refletindo o tema: Maria, discípula e missionária, abençoa as famílias e o lema “... e deste momento em diante o discípulo a levou para a sua casa” (Jo 19,27b) crescemos no sentimento de pertença ao povo de Deus, de participarmos da eterna e nova aliança inaugurada por Jesus Cristo em sua paixão, morte, ressurreição e ascensão e estreitamos os laços de unidade na Igreja Diocesana.
Meus irmãos e minhas irmãs, aliturgia da palavra desta Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, na primeira leitura, tirada do livro do Apocalipse coloca diante de nós “... uma mulher revestida de sol... e uma coroa de doze estrelas na cabeça... Esta mulher é Maria elevada ao Céu, apresentada como Mãe de Jesus e figura e Mãe da Igreja.
Maria recebeu a nova missão de Mãe da Igreja na sexta-feira santa. No cenário da dor e do amor extremo de seu Filho Jesus, acolheu João e foi por ele acolhida. O Apocalipse desenvolve esta dádiva de João à Maria e de Maria a João: no Calvário, Maria participou, como Mãe, nos sofrimentos do Filho; no Apocalipse está revestida de sol pela glória celeste que agora a envolve; se no Calvário recebe João como filho, primícias da Igreja, no Apocalipse esta maternidade estende-se a toda a Igreja e é simbolizada pelas doze estrelas que coroam e recordam a presença e a ação de Maria, a Imaculada, a Mãe de Deus, sobre a Igreja.
Na segunda leitura, o trecho da primeira carta de São Paulo aos coríntios, que nos é proposto nesta solenidade, quer ajudar-nos a compreender o significado da vitória de Cristo sobre a morte. Em Cristo todos receberão a vida. Ele venceu a morte não só para si, mas, para toda a humanidade. Maria, em quem Deus realizou grandes coisas, tornando-a a Mãe do seu Filho no mistério da Encarnação, participa da glória de seu Filho: é assunta aos céus.
Depois de Cristo, é Maria quem, de modo mais pleno, acolhe a bênção, a graça e a comunica. Ela é cheia de graça, é bendita entre as mulheres, sobretudo porque acolheu o Filho de Deus em seu seio, porque ela se fez serva, pronta a acolher a Palavra de Deus através do seu “faça-se” a Vossa vontade.
Maria é o ser humano eucarístico por excelência, porque acolheu o Bem, o próprio Deus e o comunicou à humanidade. Acolheu a bênção e a comunicou a todos, tornando-se a Mãe da divina graça. E, em conseqüência disso, Maria deu graças a Deus pelo cântico de louvor do Magnificat e pela vida, a começar do serviço prestado à sua prima Isabel.
O Cântico de louvor do Magnificat traduz bem toda a vida de ação de graças, toda a sua vida feita eucaristia. Louva e agradece a Deus que olhou para a humildade de sua serva e nela fez grandes coisas. Maria representa o povo de Deus e toda humanidade. Proclama, então, a misericórdia de Deus manifestada de geração em geração. Em Maria manifestou-se toda a glória do ser humano. Em Cristo, ela é entregue ao Pai em toda a sua glória. Por tudo isso a Igreja rende graças a Deus, por todas as gerações e a proclama bem-aventurada e com ela aprende a viver em ação de graças.
Maria é a mãe que nunca nos abandona. Ela nos ensina a fazer tudo o que seu Filho nos pede. Nas angústias e nos sofrimentos ela nos diz como disse ao índio João Diego, em Guadalupe:“Escute, meu filho, não há nada que temer; não fique preocupado nem assustado. Não estou eu aqui, a teu lado? Eu sou a tua mãe. Desejas mais do que isto?”
Nós que tivemos a graça de participar desta peregrinação de Nossa Senhora da Penha pelas comunidades da Região Episcopal São Miguel precisamos, animados pelo espírito missionário, sair ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Jesus Cristo e da proteção materna de Maria.
A Igreja do Brasil está vivendo um momento muito especial preparando a jornada mundial da juventude no Rio de Janeiro em 2013 e que tem como lema: "Ide e fazei discípulos todos os povos”. Esta frase retirada do evangelho de São Mateus é também o lema do nosso 5º plano diocesano de pastoral. Portanto, vamos estar junto aos jovens, apoiá-los e animá-los na preparação desta jornada mundial.
Que a Virgem Maria, venerada neste Santuário Mariano, e por toda a nossa cidade de São Paulo, com o título de Nossa Senhora da Penha, primeira missionária do Pai, nos ajude a ser missionários e anunciar seu filho Jesus Cristo nas famílias, nos ambientes de trabalho, nas comunidades e, principalmente, junto àqueles que estão abandonados à margem do caminho. Nossa Senhora da Penha, rogai por nós!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Manuel Parrado Carral